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MUQUI - ES

  • Geylla Sall
  • 30 de mai. de 2022
  • 4 min de leitura

Atualizado: 27 de jul. de 2022


O fascinante sítio histórico de Muqui


Escolhi conhecer Muqui de forma aleatória, e confesso que fiquei encantada com os casarões da cidade, me surpreendi bastante com tudo que a cidade tem a oferecer. Uma cidade que possui história por todos os lados e que esbanja beleza em suas casas da década de 20 e 50, assim é Muqui, um nome indígena que significa “entre morros”, devido a sua posição geográfica estar rodeado por montanhas e muita vegetação.


Outras lendas da origem do nome

O Dicionário dos Botocudos diz que havia grupos que habitavam os arredores, notando dois vocábulos indígenas que chamam a atenção: Mukijep, que quer dizer "subir, escalar" e Mukijap, "ir rápido", levando-nos a crer em mais esta possível origem do nome Muqui, já que "Muki" trata-se de um fonema idêntico. Muqui talvez seja a forma encurtada de Mukijep ou de Mukijap, remetendo-nos à hipótese de que estaria designando "rio de águas rápidas", ou "rio que atravessa altos morros a serem escalados", ambas possibilidades confirmadas geograficamente, neste último caso o nome designado à região, passando depois ao rio.

Outros dizem que na região havia um carrapatinho (ou ácaro-vermelho) chamado "mum kui ou njukuim", que se refere ao carrapatinho que pica, provocando odor forte e muita coceira, encontrado em plantas aquáticas de açudes, palavra que de Mucuim teria passado para Mucuí e finalmente Muqui.


Região dos vales e dos cafés

O município, situado na região dos Vales e dos Cafés, está a 180 km de distância da capital, Vitória, e ficou conhecido pelos casarios construídos no começo do século 20.


Situado ao sul do Espírito Santo, o clima de cidade interiorana também se faz presente na arquitetura antiga e sofisticada. Andar pelas ruas da cidade é viajar no tempo, é se deparar com casarões, sobrados e palacetes, construídos nas décadas de 20 e de 30.


A história de Muqui começa em 1850, com a chegada de imigrantes do Vale do Paraíba que procuravam terras para plantar café, e devido a essa especiaria viveu um período de muita riqueza, considerados os anos “áureos”, nas décadas de 1920 e 1930 onde construíram-se casarões, sobrados e palacetes, compondo uma arquitetura requintada.


O sítio histórico de Muqui é o maior já tombado no Espírito Santo, são 200 patrimônios, cerca de 60% do conjunto arquitetônico, entre eles a belíssima Igreja São João Batista, um dos principais pontos turísticos a serem visitados no município. A igreja, que leva o nome do padroeiro da cidade, carrega pinturas do artista italiano Giuseppe Irlandini, feitas na década de 1940. Também possui vitrais fabricados em São Paulo e no Rio de Janeiro, além de detalhes em bronze, o altar e a mesa são de mármore carrara, doados para a igreja. Em 1936, graças ao padre Pedro, a igreja ganhou traços do estilo bizantino na fase de construção do novo templo, que demorou 25 anos para ficar pronta.


Apresentando um fantástico Patrimônio Natural, Muqui conta também com um roteiro de Agroturismo e Ecoturismo, através do Roteiro da Morubia, que começa na Serra da Morubia e termina na localidade do Sumidouro, local onde iniciou-se a comunidade de Muqui. Neste trajeto dá para conhecer a imponência de fazendas centenárias, sítios e propriedades rurais onde as famílias vivem da agroindústria e do artesanato, oferecendo saborosos produtos alimentícios e um primoroso artesanato confeccionado pelas mãos habilidosas dos artesãos. Este roteiro também oferece opções de hospedagem nas fazendas, em sistema de cama e café.


Outro ponto que merece destaque é o Jardim Municipal, está num terreno de 1972 m2, doado pelo Bispo Benedito Paulo Alves de Souza. Em 1914, o local tinha apenas uma vegetação ampla, com diversidade de plantas e de árvores. Em 1919 o jardim foi arborizado e tem características dos jardins franceses, com formas geométricas, no estilo “Versailles”.

Também não podem ficar de fora a antiga Estação Ferroviária e a Praça São João Batista

Com 150 anos de história, a Fazenda Santa Rita com arquitetura preservada é o casarão mais antigo de Muqui. Já imaginou se hospedar neste local cheio de histórias? Pois é, foi onde eu escolhi ficar e fiquei apaixonada por tudo que vi neste espaço: trilhas ecológicas, piscinas naturais, passeio de charrete, quadra de futebol, almoço na fazenda com direito a comida deliciosa feita no fogão à lenha e ainda se transportar ao passado com a galeria de arte que fica dentro da casa principal, fotos, objetos, utensílios e móveis da época em que foi construída ainda estão no local em perfeito estado.

Na Fazenda dos Andes, com mais de mais de 100 anos de existência, é possível se hospedar no casarão que preserva os objetos, móveis, utensílios, fotografias e quadros que eram utilizados no dia-a-dia das famílias daquela época.


O que não falta são Palacetes para conhecer em Muqui: Palacete Bighi, Palacete Rambalducci, Casa Dr. Dirceu Cardoso, Centro Cultural Wolfango Ferreira, Casa Ana Fraga, Casa Poty Formel, Casa Jorge Nunes Acha, Parque de Lavadeiras Dona Minervina, Conservatório de Música Dona Senhora e Galeria de Arte Manoel Monteiro Lobato.

Outros pontos turísticos que podem ser visitados: Cineclube, Gruta da Santinha, Serra da Aliança, Morro do Cruzeiro, Poços da Candura e Mata do Malab.


Esta pequena e encantadora cidade que se desdobra em natureza, cultura e história, é o cenário perfeito para quem quer descansar, desfrutar do patrimônio natural, vivenciar a simplicidade e alegria da roça e participar de uma maravilhosa viagem ao passado. A histórica Muqui recebe seus visitantes com alegria e aconchego. Muqui, Espírito Santo. Você vai se encantar com este lugar!



FOTOS: DAQUIPRALI , PREFEITURA DE MUQUI E INTERNET

 
 
 

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quem sou
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Geila Salomão Santos ou Geylla Sall. Mineira de certidão, capixaba de coração. Publicitária e apaixonada por viagens. Sempre que posso fujo de casa e vou daquiprali, dalipralá, daquidali... Idealizo um dia conhecer as 78 cidades do meu estado, Espírito Santo, todos os "27" estados brasileiros e todos os países que fazem parte do meu imaginário de viagem incrível. Meu sonho de consumo sempre foi ter um motorhome e rodar o mundo. Como diz Amyr Klink "um dia é preciso parar de sonhar e, de algum modo, partir".

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